Povos do Tumucumaque compartilham experiências sobre seus fundos coletivos 

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Oficina, organizada pela Rede de Cooperação Amazônica (RCA), promoveu sinergia entre iniciativas indígenas, locais e regionais, em diferentes estágios de desenvolvimento.

Texto: Angélica Queiroz 329b

Representantes de fundos indígenas de várias regiões da Amazônia trocaram experiências em São Paulo. (Foto: Talita Alves – RCA)

Representantes de dois importantes fundos dos povos do Tumucumaque participaram, esta semana, de uma rica troca de experiências com outros fundos indígenas locais e regionais da Amazônia brasileira, que apontam para a gestão sustentável de seus territórios. A troca aconteceu durante um encontro, organizado pela Rede de Cooperação Amazônica (RCA), no Hotel Slaviero, em São Paulo, nos dias 26 e 27 de maio de 2025.

A oficina, que é a segunda organizada com esse objetivo, conseguiu sistematizar aprendizados, dificuldades e oportunidades na constituição, gestão e funcionamento de fundos indígenas que estão em diferentes estágios de desenvolvimento. Com esse fim, representantes dessas iniciativas contaram como elas foram estruturadas, como estão funcionando, que desafios têm enfrentado e pensaram, juntos, em sinergias possíveis. Além de estimular o aprendizado de todos os participantes, a RCA quis verificar em que medida os anunciados financiamentos climáticos internacionais estão chegando ou não aos territórios por meio desses fundos.

Panape e Mitore, membros do Comitê Gestor do Pakará, apresentaram linha do tempo de criação do fundo. (Foto: Denise Fajardo – Iepé)

Representando o Fundo Pakará, estiveram presentes os membros do Comitê Gestor, Mitore Cristiana Tiriyó e Panape Apalai Waiana. Para Panape essa foi uma experiência nova, sua primeira viagem representando oficialmente o fundo, dedicado e liderado por indígenas do Tumucumaque para financiar e implementar os objetivos de desenvolvimento e conservação das comunidades traçados no Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) das Terras Indígenas (TIs) do Parque do Tumucumaque e Rio Paru d’Este. “Para mim esse foi um momento marcante. Vou levar muitos aprendizados para o trabalho da equipe”, afirmou, destacando que cada apresentação também ajuda a ele e a seus colegas a se apropriarem mais do fundo recém criado.

Além do Pakará, Mitore Cristiana Tiriyó, também apresentou o Fundo de Artes e Artesanatos Wëriton Iyeripo, iniciativa da Articulação das Mulheres Indígenas Tiriyó, Katxuyana e Txikiyana (AMITIKATXI), em parceria com Iepé e Funai, que ajuda a fortalecer os grafismos, o algodão, as sementes, o canto, a dança e as artes das mulheres da região. Ela avaliou a troca como bastante positiva. “É sempre bom conhecer as experiências dos parentes, pois eles têm dificuldades e desafios parecidos com os nossos, apesar das diferenças. São fundos com outros modos de funcionamento e organização, mas com o objetivo comum de garantir o bem-viver de seus povos”, comentou.

Também participaram da oficina os seguintes fundos indígenas: Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN/FOIRN); Fundo Indígena Rutî, do Conselho Indígena de Roraima (CIR); Fundo Terra do Meio; Edital de Apoio às Iniciativas Comunitárias (AIC), destinado às comunidades do Território Indígena do Xingu; Fundo de Artesanato e Fundo Agroextrativista dos Wajãpi, iniciativa da Associação Wajãpi Terra, Ambiente e Cultura (Awatac); e Fundo Timbira.

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